Analizando A Caverna do Dragão
1. Eric votava no Maluf
Ninguém gostava do pobre Eric. Por sua chatice, acreditávamos então. As cores quentes do desenho nos desviavam a atenção do motivo verdadeiro: a luta de classes. As constantes declarações de Eric sobre a fortuna de sua família geravam inveja, desdém ou indiferença entre os outros jovens, claramente representantes do subúrbio classe média . Por hábito ou vingança, Eric não poupava críticas a duendes, homens sapos do Pântano ou quaisquer outros representantes operários ou oprimidos.
Pelos padrões da imprensa brasileira, Eric seria facilmente considerado um reacionário. Pois além do supracitado, preferia pagar propinas, e soluções belicosas, à dilomacia. Sendo um desenho de ação, todos davam os seus sopapos, mas Eric era o único a sugerir o uso ostensivo das forças armadas do governo americano:
Eric não tinha pinta de quem vota no Obama.
2. O Mestre dos Magos não era um grande sacana. Só um pouco sádico
O ódio pelos enigmas do Mestre dos Magos atingiu um ponto tão alto que chegaram a acusarem-no de ser o Vingador.
Não era. Essa foi uma história que surgiu com a internet, anos depois do desenho ter sido cancelado. Algum fervoroso fã escreveu um suposto fim para a saga e, como a história fez sentido, e por causa da birra com o anão, a galera abraçou como verdade.
A verdade é que a série foi baseada no jogo de RPG Dungeons and Dragons, e o mestre dos magos ( mestre das masmorras, em tradução literal ) era o equivalente animado do jogador responsável por ditar as regras do jogo. Nesse quesito, o velhote cumpria bem sua função. Agora, se o fazia com requintes de perversidade através de enigmas esdrúxulos e truques de sumiço, bom, aí já são outros quinhentos…
3. Hank era chegado numa crioula
Pois é. A aposta sempre foi que o Hank pegava a Sheila. A série não mostra indício algum disso, mas... As cenas abaixo comprovam ou não ?
4. O Demônio das Sombras era bicha
Longe de mim fazer qualquer juízo de valor. Afinal, quem dá o que é seu não é desdouro. Mas nem nos passava pela cabeça que o fodástico espião do vingador fosse avesso à fruta oposta. Claro que trejeitos duvidosos ou voz afetada não são garantias de viadagem , mas no mundo dos desenhos dos anos 80 não havia nuances. Os personagens ou eram ou não eram alguma coisa. Por isso ao Demônio não resta nem o benefício da famosa dúvida; ” Será que ele é ? ”
5.O Presto não era um ( completo ) inútil
Há de se dar uma colher de chá para o pobre Presto. Enquanto os outros ganharam arco e flechas lasers, tacapes e mantos invisíveis o coitado ganhou um chapéu. UM CHAPÉU. Mágico, verdade, mas como saber o que ia sair dali de dentro ? Até o escudo do Eric lhe dava alguma banca de guerreiro decente, apesar da covardia. Eu não sei você, mas se eu fosse parar nos cafundó e ganhasse um chapéu para me defender eu ficaria muito, muito puto.
Ainda assim, contrariando todas as nossas lembranças, Presto mandou bem algumas vezes. Bem, talvez só uma. Mas percentualmente, é muito mais do que todos estamos acostumados a lembrar.
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